quinta-feira, 26 de março de 2009

POEMA QUASE CRÔNICA PARA PARÍS


(Paisagem parisiense: passeio no Sena)
Abro os olhos
na manhã
clara de París.
Da janela vejo
o Sena
se espreguiçando
sob a ponte de Alexandre III
penetrando o útero
da cidade
fertilizando-a com brisas
gélidas.
Essa cidade se traduz
por palavras livres
pela história
e pela a essência
libertária que legou
ao mundo.
Na Praça da Concordia
homens mulheres e meninos
com o sol nos braços
gesticulam e posam
para fotos
pisando distraídas
a memória indelevel
dos revolucionários
por um instante
penso em Marat
e Danton
(corifeus da liberdade).
Tento arquitetar um poema
e me debruço sobre a lavoura
das silábas
soldo palavras
mas o poema me custa
París é maior
que o meu poema
París é maior
que todos os poemas,
desisto e me extasio
agora com o Sena
escorrendo livre, solto
historico e resoluto
pelo canal de San Martin
coberto por um sol
de céu azul
onde a tepidez do verão
amorna as ruas, praças
a avenidas
transmitindo uma vontade
imensa de se viver...
París é um imenso poema
completo , belo
essencial.
Paris,Fr, 19.09-2008.

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