terça-feira, 29 de setembro de 2009

INVENÇÃO PARA ANIBAL BEÇA NO AZUL

Os ventos não mais ensaiaram a suíte imaginária
a noite recolheu em seu casulo de mistérios
seus habitantes. Surgindo do ventre da floresta
um fauno amazônico desgarrado de seu labirinto
entoa em sua inúbia a ária dos ausentes.
As palavras nortunas, em forma de versos,
estilhaçam-se no espelho da madrugada luzidia
e o poeta transvertido em astronauta do sonho
em sua nave de brumas ( ante o olhar plangente da rua)
orbita as galáxias candentes do imponderável
em busca do silêncio abstrato e eterno.

sábado, 26 de setembro de 2009

tom jobim

piano solene
chapéu de panamá
charuto cubano
óculos sobre a mesa
partitura musical
letra de Vinicius
há muito coisa de Tom
em tudo isso.

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

EUGENIA PARTIU AO ENCONTRO DO AMADO



Trinta dias após a morte do seu espôso, faleceu ontem em Manaus, a médica psiquiatra Eugenia Turenko Beça, esposa do poeta amazonense Anibal Beça. Segundo o filho, Ricardo Beça, também médico, sua mãe morreu de amor. Com a morte de seu companheiro e amor por 40 anos ela tinha ficado muito abalada. Eram muito unidos. Depois contrair pneumonia ela veio a falecer ontem dia 24 num hospital da capital amazonense.

(na foto Eugenia e Anibal)

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

DE POLÍTICOS E DE FRUTOS

Os políticos são como frutos. Se não os colhermos das árvores, quando maduros, eles caem e apodrecem no chão. Seria de bom alvitre, que a cada quatro anos, com os nossos votos, retirassemos dos seus cargos os políticos sazonados evitando que caiam e apodreçam no chão do poder.

domingo, 20 de setembro de 2009

POEMA QUASE ADEUS PARA UM RIACHO

No ciclo de minha infância
havia um riacho de águas
claras e piscosas
que serpenteava
pelo ventre da cidade
e chegava impávido ao rio.
Dele o peixe sadio
nos almôços de sábado
nele o banho suave
nas manhãs dominicais.
Um dia chegaram os homens
com seus apetrechos
de fúria e ganância,
( agentes da destruição)
toldaram as águas
sufocaram cardumes
apodreceram suas margens.

E o riacho de minha infância
hoje está assoreado e morto
mas ainda corre
límpido e soberano
nos labirintos de minha memória.

( poema dedicado a brilhante poeta Nydia Bonetti que teve um rio em sua infância)

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

POEMA SURREALISTA

A janela aberta
deixa entrar na sala
as nuvens de inverno
o ar gelado da manhã
( sem pouso)
congela a fotografia
da menina-moça
na parede gasta
de sal e vida.
Na cadeira de embalo
um velho de picinez
( curvados pelos anos)
traduz versículos
do apocalipse.

terça-feira, 1 de setembro de 2009

OS CORVOS DE PARIS


Já os tinha visto nos filmes de terror, principalmente nos protagonizados pelo ator americano Vicente Prince. Mas a primeira vez que os vi de perto, ao vivo, foi no verão do ano passado no cemitério Pére Lachaise, localizado no vigésimo "arrondissement" da capital francêsa. Estava de férias na Cidade Luz e havia prometido ao meu filho primogênito que iria visitar o túmulo do roqueiro Jim Morrison, ex-vocalista dos Doors que ali se encontra sepultado. Ele foi encontrado morto na banheira de seu apartamento de Paris em julho de 1971.

Eu e Judite atravessamos várias divisões daquele cemitério famoso e de repente nos perdemos entre sepulturas de gente célebre. Estavamos na Divisão 48 e Jim está sepultado na Divisão 16, assim nos disse um coveiro falando um inglês bastante compreensivel. Quando caminhavamos para o túmulo de Jim, de súbito três pássaros negros de bicos aduncos voaram sobre as criptas.. Um pousou sobre a cabeça da erma de Honoré du Balzac e os outros dois ficaram no solo bicando a grama. Grasnavam fréneticos, se moviam em todas direções.

Um deles, em gestos,parecia com meu ex- professor de Lógica Formal na universidade. Iam e voltavam, sempre grasnando e bicando o chão. Foi então, que pela primeira vez vi corvos.Judite os achou feios e sinistros. E quando chegamos a sepultura de Jim, pessoas de todas partes do mundo oravam e cantavam ao redor da campa daquele que um dia foi lider de uma das mais importantes banda de rock do mundo: The Doors.

EROTICA

Entre as tuas tenras coxas a erva da sedução narcotiza meus gestos abala meus sentidos e minhas mãos se perdem no labirinto terno e obscuro ...