terça-feira, 30 de março de 2010

POEMA EM SEDE DE SOLIDÃO


Na penumbra da sala de visitas
o pensamento perscruta
a psicologia do instante,
as palavras declinam
a caligrafia das sílabas
e preenchem o vácuo da memória
quando o tempo deslinda
o enigma das horas.
Esta casa já me viu em instantes lúcidos
(carregando risos largos)
hoje me vê sonâmbulo
vadeando pelas veias da casa
( corredores e quartos),
caminhando como automato.
(Ah, esta saudade nunca se rende!)
Lá fora a noite sem lua
sombreia o velho alpendre
e engole ávida a rua.


sexta-feira, 26 de março de 2010

SONETO


Eu quero a presença da primavera
com catedrais coloridas de rosas
o eflúvio e o sereno da antemanhã
para poder projetar meu soneto.

As lembranças tenras de minha infância,
as manhãs preclaras e trescalentes
e as tardes de verão do Boulevard
eu quero para compor meu soneto.

Quero os sábios conselhos de meu pai
os beijos róridos de minha mãe
para poder projetar meu soneto,

quero a casa onder nasci e minha rua
as ternas noites de ciranda e a lua
para compor versos deste soneto.

( este soneto faz parte do meu livro "No Silêncio das Horas", publicado nos anos 80, primeira fase de minha poesia)

quinta-feira, 25 de março de 2010

INSTÂNTANEO


O poeta no bate-papo no Café Amazonia na Saraiva Megastore do Shopping Manauara em Manaus, março 2010, livraria que virou um centro cultural muito ativo no cenário literário da cidade.

segunda-feira, 8 de março de 2010

DESPEDIDA


Neste instante de despedida
(em que as lembranças
afloram antes da partida)
teus olhos telúricos
são lavas ardentes
crestando, distraídas,
as células do meu coração
saudoso e plangente.

terça-feira, 2 de março de 2010

UM POEMA DE SANDRO NINE


TEMPO DE DESPEDIDA


Eu queria andar pela água
como aquele velho homem triste
que pagou pelos meus pecados
com dor e alguns trocados.
Paguei as promessas
e passei á noite amando você
mas abandonei os meus sonhos
e apaguei os meus rastros
mais rápido do que um trem.
Eu vou andar pela chuva ácida
procurando a mim mesmo
andar por milhas e milhas
seguir as setas e placas
até minha memória desaparecer.

EROTICA

Entre as tuas tenras coxas a erva da sedução narcotiza meus gestos abala meus sentidos e minhas mãos se perdem no labirinto terno e obscuro ...