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( para o poeta marajoara Benny Franklin, cuja cultura e a inteligência engrandece á Amazônia)
As folhas caídas no chão adusto da praça
se transformam em pó, residuos outonais,
soprado pelos ventos que agitam
canteiros de gerânios e suavizam
os degraus do dia.
Um céu debruado de nuvens sépias
tenta ofuscar a luz do sol
no instante em construção.
Uma entonação de ária, solo imáginário,
percorre becos, ruas e avenidas
embevecendo ás vertebras da cidade
enquanto uma chuva fina intermitente
molha os cílios da tarde
e desbota a cor do meu silêncio.
Benny e Julio - poetas de grandeza amazônica.
ResponderExcluirE que poema...
Beijos
Querido Julio - poeta manauara que tanto admiro!
ResponderExcluirFicar eternizado com poema igual a esse, no teu divino blog, é coisa songema e verdadeira que guardarei para sempre dentro de mim...
E, para agradecer-te, faço minha as palavras de um outro monstro da poesia brasileira:
(...) "Em coito permanente com a palavra,
abates ampulhetas... Do tempo, as areias vivas
são estrelas escarlates que te guiam
ao útero dos guetos,
onde almoçarás despido de urgências
e viverás Kafka...
Onde comerás a maçã do reino prometido
e te servirás sobre as mesas
metamorfoseadas do teu inconsciente...
Onde contemplarás os melhores espíritos
da tua geração."
Extraído do magnífico poema "Carpe Diem" do poeta Rubênio Marcelo, a mim dedicado.
Obrigado, amigo!
Benny Franklin