terça-feira, 15 de dezembro de 2009

A POESIA SUBIU O MORRO

a poesia subiu o morro
e nenhum tiro disparado
a poesia caminhou vielas
sinuosas e poluidas
visitou barracos encardidos
pela nefasta pobreza
a poesia viu a miséria
brotar das valas/esgôtos
(a céu aberto)
e a tristeza nos rostos
esquálidos
de homens e mulheres.
a poesia ouviu negros
brancos e mulatos
a poesia não discrimina
a poesia não tem cor,
uma multidão veio ouvir
a poesia falar
as verdades da vida
a poesia levou a todos
paz amor e força.
a poesia desceu o morro
e nenhum tiro disparado
e quando saiu do morro
a poesia deixou atrás de si
uma lua ecumênica
e um rebanho de estrelas
iluminando a favela.

Um comentário:

  1. Ah... como acredito nisto: que poesia deixa sempre atrás de si, um rastro de céu.

    Creio realmente na poesia transformadora de pessoas, de grupos e de mundos. Grande poema, Júlio!

    Beijos.

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