Navego em mar de sargaços
e espero a noite chegar
para descansar os rebanhos
de meus remorsos.
As badaladas do relógio
da Praça do Rosário
despertam os faunos
do meu silêncio,
impositivo o tempo desfolha
a rigidez de minhas vértebras
enquanto um vento impetuoso
sopra o pó de minhas têmporas.
Todos os trabalhos postados neste blog são de autoria de Julio Rodrigues Correia e estão albergados pelos termos da Lei nº 9.610 de 19/02/1998 que regula o Direito Autoral no país.
quarta-feira, 22 de setembro de 2010
domingo, 19 de setembro de 2010
IV ODE Á AMADA
sexta-feira, 17 de setembro de 2010
POEMA RESIDUAL
Todos dias um mendigo
solitário e mudo (em frente
a minha casa) me dá lições
de resignação.
solitário e mudo (em frente
a minha casa) me dá lições
de resignação.
domingo, 12 de setembro de 2010
CANDIDAMENTE( para a poeta Lucy Gonczy)
Te quero assim, amor,
lampejos nos olhos claros
pejados de ternura infinda,
risos aflorados á boca
bordada de rouge
e candidamente linda.
lampejos nos olhos claros
pejados de ternura infinda,
risos aflorados á boca
bordada de rouge
e candidamente linda.
quinta-feira, 9 de setembro de 2010
A MORTE DE BURT LANCASTER
quarta-feira, 8 de setembro de 2010
OS OLHOS DA PUTA
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Os olhos da puta
são triste e verdes.
A maquiagem pesada
dá-lhe aspecto
de atriz do kabuki.
Como é despojada,
os seios pontiagudos
parecem querer
furar a seda
da camisola.
Retem entre suas
pernas um abísmo
de inspirações eróticas
ardendo como vulcão.
Os olhos da puta
são verdes e tristes
mesmo sorrindo
nos gozôs da noite veloz.
são triste e verdes.
A maquiagem pesada
dá-lhe aspecto
de atriz do kabuki.
Como é despojada,
os seios pontiagudos
parecem querer
furar a seda
da camisola.
Retem entre suas
pernas um abísmo
de inspirações eróticas
ardendo como vulcão.
Os olhos da puta
são verdes e tristes
mesmo sorrindo
nos gozôs da noite veloz.
terça-feira, 7 de setembro de 2010
EXERCÍCIOS
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1
redescobrí minha infância
no carramanchão da Praça
do Rosário e no corrêgo Mindu
2
as patas dos bovinos, em manada,
abrindo sulcos na terra molhada
pelo chuvisco de outono
3
a reza contrita
á hora de dormir e o beijo
terno de minha mãe
4
as clareiras abertas
no ventre da mata
para o roçado do meu avô
5
meu pai colhendo
frutas sazonadas
no pomar de minha avó
6
o céu pegando fôgo
á hora do crepusculo
aves (em bandos)voltando
7
meu rosto enevelheceu
ao sabor das rugas
e minha vida encolheu.
segunda-feira, 6 de setembro de 2010
EPIGRAMA
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visita ao Arco do Triunfo
nas manhãs frias de Paris,
subida na Torre Eiffel
para ver os limites da cidade
degustar café num bistrô
no Boulevard Saint-Denis
em Montmartre,
passeio de Bateau Mouche
pelo velho Sena.
Estive duas vezes em Paris
jamais( nestes dois momentos)
esqueci o Bar do Armando
a Peixaria do Rógério
e o lanche do Mário
na minha pequenina Manaus.
( na foto o poeta e Judite em Paris)
TERRITÓRIO DA ANGÚSTIA
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A vergasta do tempo
roçou meu rosto
o silêncio dos anos
entortou minhas
vértebras e o moinho
do cotidiano triturou
minhas ambições.
Entre eu e a rua
há um abísmo
de sonhos perdidos
onde pastam silentes
os abutres da cidade,
estou em escombros
e palmilho o território
da angústia.
Uma procissão de rugas
encardiu minha pele
fustigada pelos sóis
colhidos em dias de verão
caústico e aceso.
Coleciono depressões
despertam meu sono
em noites sem véspera
só espero( convicto)
o instante para o salto
no vórtice das incertezas.
Ainda estou calmo
mas a noite sem lua
cristaliza meu mêdo.
sábado, 4 de setembro de 2010
VII EXERCÍCIOS
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I
me entrego
aos caprichos
da manhã
II
conto os pardais
bicando o chão
neste ar de verão
III
piso na grama
ainda molhada
do rócio
da madrugada
IV
olho para o alto
e vejo um sol branco
querendo queimar
meus pecados
V
meu hálito
na vidraça
me lembra
o fog de Londres
VI
minhas canções
meus uis
meus ais
meus haicais
VII
o foco dos teus olhos claros
parece atravessar meu corpo.
sinto a ardência de tuas mãos
gesticulando meu sexo.
me entrego
aos caprichos
da manhã
II
conto os pardais
bicando o chão
neste ar de verão
III
piso na grama
ainda molhada
do rócio
da madrugada
IV
olho para o alto
e vejo um sol branco
querendo queimar
meus pecados
V
meu hálito
na vidraça
me lembra
o fog de Londres
VI
minhas canções
meus uis
meus ais
meus haicais
VII
o foco dos teus olhos claros
parece atravessar meu corpo.
sinto a ardência de tuas mãos
gesticulando meu sexo.
quinta-feira, 2 de setembro de 2010
BULA DE POEMA
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de carência de amor, sensibilidade e ternura
sua composição contem gratidão paciência
sentimentos, perseverança e candura,
obs: não possui efeitos colaterais.
Posologia: duas leituras diarias
antes e depois das refeições
e quanto a super-dosagem de leituras
nenhuma reação adversa foi registrada
até o presente momento na literatura poética.
Se os sintomas persistirem
favor consultar um poeta.
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