sexta-feira, 26 de agosto de 2011

MEMORIAL

A cal despregando-se das paredes
onde silentes se postavam as fotografias
dos mortos. A geografia do relógio
descrevendo os cíclos das horas
na cincunferência do tempo;
da cozinha vinha o cheiro forte
do café de minha mãe ás três da tarde,
o olhar penetrante de meu pai
reagindo as travessuras de meus irmãos
e em sua cadeira de embalo meu avô
( com o olhar fixo num ponto da rua)
debulhava espigas de silêncio.
Ah, que saudades da velha casa
da rua dos Tamarindos.

2 comentários:

  1. Querido Julio, você me fez viajar por este memorial, e eu fui parar lá na minha infancia. Sentindo a mesma saudade que sentiu. Vendo a mesma geografia dos azulejos lá da cozinha da vó, enquanto meu avô ralava o côco pra ela fazer um doce e rechear a massa do pão para o café da tarde.

    Obrigada por este momento, que com certeza irá render um post lá no meu blog.

    abraços pra ti!

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  2. Teu Memorial poético é um empréstimo familiar...beijos, gracias e bom final de semana.

    Carmen.

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