sábado, 12 de novembro de 2011

O POEMA

O poema desgarra-se de mim
impávido e resoluto divorcia-se
dos meus intentos vivenciais,
inventa outono no território do verão
acalenta o plácido coito dos amantes
matiza o corpo virgem da manhã
evoca a leveza dos jardins
na contemplação dos tecidos do dia
voeja pelas dimensões do tempo
desce as inclinações do sol
descreve a geografia do silêncio
rompe a solidão do alpendre
e pousa suavemente casto
na arquitetura cálida e sensual
dos teus seios brancos e castiços.
O poema jamais voltará para mim.

3 comentários:

  1. ''O Poema'',simples e belo desgarrado do poeta,agarrando quem por ele passa!!!<3

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  2. Sempre fico a ler calmamente esses versos e suas entrelinhas
    releio e passo a cada hora entende-lo com todas as nuances da paixão que um porta tem pela palavra...é exímio em doar-se. Doa-se palavras e sempre a deixamos perdidas ao gosto do sal...
    gde beijo
    Cintia Thomé

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  3. O poema é esta viagem sem volta sempre, porque mesmo quando nos debruçamos novamente sobre eles, sentimos que já somos outro no tempo...

    Um beijo grande, poeta querido, bom estar aqui. Saudade!!

    carmen.

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