quinta-feira, 23 de abril de 2020

DIVAGAÇÕES




Às vezes me sinto caminhando por um campo de margaridas, tecendo amor e ternura, declamando poemas aos ouvidos da mulher amada. Outras vezes me invento cavaleiro andante, uma espécie contemporânea, de Don Quixote, mas invés de duelar com moinhos de ventos, persigo apenas auroras quotidianas, tentado roubar-lhes a policromia. Em outras ocasiões ajo quixotescamente e brando minha espada de nevoa, subo os degraus do dia para desafiar os dragões alados, guardiães do ocaso, tentando libertar o sol. Eles todos os dias sequestram o sol e só o devolve pela manhã. Existe dias que me sinto um jogral, menestrel, um  aedo caminhando e cantando pelas vielas da Idade Media até encontrar o balcão da mulher amada. E assim sigo pela estrada da vida carregando minhas palpitações, meus desenganos e  minhas circunstâncias. Até o dia do salto no abismo das incertezas.

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