sexta-feira, 28 de junho de 2019

A CASA DO SILÊNCIO

Hoje fui à casa onde adolesci. Fica no numero 60 da Rua João Alfredo no antigo Boulevard. Apertei a cigarra e a empregada veio abrir a porta. Entrei e um silêncio quase solene tomou conta do ambiente . Súbito o passado abraçou-me como um velho amigo . Fiz uma rápida viagem pelas ruas e avenidas da antiga residência. O silêncio encantou a casa. Esta em anos pretéritos era só alegria. Todos vivos. Meus irmãos, minha mãe, meu pai e os tios. A casa era um congresso de risos e de felicidade, mas quase todos foram embora, montaram em seus corcéis de brumas e partiram no rumo da Luz. Sobrou apenas três. Eu, Hélio e Áurea. Esta foi internada recentemente e casa agora está sendo comandada pela Renata, uma espécie de governanta que cuidava de minha irmã e agora ameniza as dores de meu sobrinho enfermo. Ela agora dar ás ordens aos fantasmas do passado que ainda estão, impregnados no ar da casa do silencio. Não me contive, meus olhos se inundaram de lagrimas. Diz o poeta que lagrimas são orvalhos da alma. Neste instante, ao olhar o quarto onde dormia e que era o recanto dos meus sonhos e fantasias, meu corpo inteiro orvalhou-se. Peguei Jude pelo braço e saímos da casa do silêncio.

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