Espero que a palavra -
poema saia
de seu casulo de silêncio,
invente asas e viaje pelas
latitudes do mundo,
levando as sementes do amor e da paz
espalhando-as
pelas lavouras da vida
e que em certos momentos se transforme em
vergasta,
relho impiedoso e faça zurzir, profundo,
na pele daqueles que
fabricam as dores do mundo.
E que a palavra-poema arda tal o fogo
e
creste as insensibilidades dos que, com ambição e torpeza,
poluem mares,
rios, lagos, sufocando peixes,
oleando praias e destruindo a natureza.
Que a palavra- poema nasça e renasça todos os dias
e combata com firmeza
os que atentam com os preceitos da liberdade.
Finalmente que a palavra-
poema
cumpra o que sua essência visceral comporta
que esteja sempre
acima dos poderosos
ainda que débil, ainda que morta.