Não mais exultarei com as nuances do por do sol
e não mais pintarei meus sonhos com as cores do arrebol
não me importarei se a noite vier caiada de sombras...
nada direi se o outono despejar folhas mortas
no verde solitário das alfombras
não farei mais versos com cintilo de luas
e não mais esperarei a manhã renascer na rua,
e ainda pedirei as nuvens que não abasteçam
mais de água o orvalho da madrugada
para que a manhã renasça plena e enxuta.
Só de uma coisa não abdicarei, coisa mais sagrada:
o sublime direito de contemplar os olhos
serenos e inebriantes da mulher amada.
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