Um dia tive um sonho quase
surrealista. Sonhei com uma mulher vestida de lua, tinha os cabelos negros como
as asas da graúna e na mãos trazia uma flor amarela. Seus movimentos eram
delicados e um floco de nuvens aureolava sua cabeça. Ela não andava, levitava
pelas calçadas e procurava algo que não tive a percepção de saber o que era.
Era uma mulher linda. Acordei sobressalto. Dias depois quando esperava o trem
noturno para Caucaia, olhando a multidão que se comprimia na plataforma da
estação férrea, vi, encostada a um poste de luminária , uma mulher alta,
cabelos negros, tinha os olhos verdes como as águas do mar de Iracema e nas mãos
conduzia mesma flor amarela. Reconheci de imediato ser a mulher do meu sonho.
Era mais bonita ainda. Seu porte assemelhava-se a Ana Magnani, aliás, muito
mais bonita e inebriante que atriz italiana. Vestia uma túnica com paisagens
outonais e como no sonho, procurava com os olhos alguém na multidão. Quando o
trem chegou houve uma correria frenetrica e os meus olhos perderam a imagem
daquela mulher. Já no interior do trem a procurei em todos os vagões e não a
encontrei. Sumiu. Será que tive uma alucinação momentânea? Me perguntei. Deste
dia em diante nunca mais vi a mulher do meu sonho a esperar o trem noturno para Caucaia.
Contei esse fato ao meu amigo Pacheco, o português do restaurante “ O Tigre Cego”, revelando ser tudo verdade e ele com aquele sotaque alentejano me disse: - Tivesse foi uma miragem, gajo!
Contei esse fato ao meu amigo Pacheco, o português do restaurante “ O Tigre Cego”, revelando ser tudo verdade e ele com aquele sotaque alentejano me disse: - Tivesse foi uma miragem, gajo!
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