No ar da tarde salpicada de sol
misturo-me as cinzas das horas,
enfadado com as angústias do mundo...
nego a existência virtual do tempo
e proclamo inutilidade dos relógios.
Nas ruas onde caminho meu corpo
vertical cansado e dolorido a vida
desce os degraus da tarde
e escorre suas incidências sobre a cidade
onde o caos urbano satura e paraninfa
a esquizofrenia do transito.
Sob a solidão das marquises mendigos
rotos, encardidos e silentes
mastigam a erva de suas misérias.
Uma chuva fina e intensa traz o entardecer
e eu nesta esquina aturdido e molhado
espero a noite chegar com seus hectares
sombras para que possa esconder
os rastros dos meus pecados.
Nenhum comentário:
Postar um comentário