Ontem me enrolei nas sombras do outono
esqueci que um lua velha e quase opaca
flutuava num céu de
nuvens brancas e pesadas
carregadas de águas de antigas chuvas
e tentava iluminar o território sombrio da noite,
olhei para a praça deserta
e vi velhas
acácias derramando
sementes hermafroditas
no chão de musgo e liquens nas calçadas.
Pedi a noite que não
manifestasse
os seus ludíbrios e
os seus delírios
para que a manhã renascesse luzidia e casta
nessas ruas ruídas de
poluição e desastres,
vir a madrugada molhada em orvalho surgir
encharcando a
extensão da varanda
esperei o silêncio
chegar no quarto de sonhos
me enrolei nas sombras do outono e fui dormir
muito bonito poeta!
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