Eu te queria viva e não morta para que teus poemas soltos
pudessem invadir ruas e avenidas e mostrar as elites
o enorme tumor social que carcome as vísceras
dos desválidos da vida e não da sorte,
eu te queria viva e não suicida para que teu discurso poético
fosse ouvido pelos que fabricam as dores do mundo
que tuas palavras as vêzes caústicas e as vêzes malditas
penetrassem nos tímpanos surdos dos governantes do dia e os despertassem
do sono letárgico que se encontram dormindo em berço esplendido,
finalmente te queria viva e intensa capaz de suavizar, com teus poemas
carregados de sentimentos, revolta e esperança, a vida dos que vivem
soterrados no lôdo e na merda das periférias abandonadas
comendo as raspas dos banquetes nababescos
dos bem-aventurados do capitalismo selvagem e do parasitísmo estatal.
( a memória da poeta Ana Cristina Cesar (foto) . Ana sucidou-se em 1983)
Também a queria viva... uma pena para nós.
ResponderExcluirBeijo.
Sim, eu também...mas com estes fragmentos a temos sempre em prsença!
ResponderExcluirUm beijo Julio.
Acho que a vida tem lá suas formas e sempre encontra um meio. Acho que vc encontrou um meio. bacio
ResponderExcluirObrigado Lara, Silvia e Lunna. Lunna nãp entendi o comentário.
ResponderExcluirComo disse Armando Freitas Filho, Ana Cristina queria "pegar o pássaro sem interromper o seu vôo".
ResponderExcluir"Tu queres sono: despe-te dos ruídos, e
dos restos do dia..." Nem precisava ter escrito mais nada... um beijo, Julio.