sexta-feira, 2 de abril de 2010

CANTIGA PARA O POETA ADROALDO BAUER


A tarde envolve Porto Alegre
os raios lânguidos do sol
jorram fiapos de ouro nas cabeleiras
das árvores da Praça de Oswaldo Cruz,
lá para os lados da Rua da Praia
um vento frio vindo dos Andes
enrijece os ossos e transforma
a cidade poeticamente cinza
(Porto Alegre extasia no inverno).
O fim de tarde cobre os tecidos da cidade
(ruas, becos, praças e avenidas),
e eu caminho na Praça dos Açorianos
por entre os cílios de um chuvísco
que tenta molhar a aspereza das calçadas,
e neste instante a imaginação voeja
nas asas imortais do tempo
e os meus olhos parecem rever
o poeta Mario Quintana sentado
em uma poltrona do Hotel Majestic
tragando seu indefectivel cigarro
a lobrigar os estertores da tarde.
Por fim o sol de vez esmorece
e Porto Alegre calma e bela, anoitece.

7 comentários:

  1. Que bela cantiga ao Poeta de Porto Alegre, Adroaldo Bauer
    e estas palavras:

    '...e os meus olhos parecem rever
    o poeta Mario Quintana sentado
    em uma poltrona do Hotel Majestic
    tragando seu indefectivel cigarro
    a lobrigar os estertores da tarde.
    Por fim o sol de vez esmorece
    e Porto Alegre calma e bela, anoitece.'

    Um momento grande Julio!
    Parabens a voces!

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  2. Hey, Querido Poeta!, que alegria encontrar Porto Alegre em teu canto. Quintana, esteja onde estiver deve estar aplaudindo este belo anoitecer...

    Um beijo amigo e carinhoso

    Carmen Silvia Presotto

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  3. Fico de modo imensurável feliz, com teus versos e gesto amável. Grato, Julio.

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  4. Bela poesia, e a imagem nos dá uma visão mais profunda sobre as palavras colocadas.
    Grande abraço e sucesso!

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  5. Que beleza, Julio. Porto Alegre merece ser cantada e Adroaldo homenageado. Também achei lindo este final: "Por fim o sol de vez esmorece
    e Porto Alegre calma e bela, anoitece."
    Abraços! Boa Páscoa!

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  6. Me senti andando pela praça.. a percorrer horizontes. Grande abraço Julio.

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