terça-feira, 30 de março de 2010

POEMA EM SEDE DE SOLIDÃO


Na penumbra da sala de visitas
o pensamento perscruta
a psicologia do instante,
as palavras declinam
a caligrafia das sílabas
e preenchem o vácuo da memória
quando o tempo deslinda
o enigma das horas.
Esta casa já me viu em instantes lúcidos
(carregando risos largos)
hoje me vê sonâmbulo
vadeando pelas veias da casa
( corredores e quartos),
caminhando como automato.
(Ah, esta saudade nunca se rende!)
Lá fora a noite sem lua
sombreia o velho alpendre
e engole ávida a rua.


3 comentários:

  1. Lindo, Julio! Gostei muito desse poema. As sombras e reentrâncias da casa nos trazem memórias secretas e sonoras na noite solitária.

    Beijo!

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  2. Os sonambulismos da lua, sempre nos fazem viajar pelo alpendres da memória.

    Que bom poema, que bom te ler Poeta.

    um beijo amigo e carinhoso.

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  3. Mestre;
    aqui reafirmo a minha admiração por seu belo trabalho.
    Abs.
    Benny

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