segunda-feira, 27 de junho de 2011

AUTO-RETRATO

Os meus olhos semi-opácos
abrigo de visões e memórias
apontam os contornos do abismo,
no meu rosto de rugas e cansaço
a reencarnação de meu pai
denuncia minha tez morena.
Escorrendo das pálpebras
o sal das lagrimas inundam
meus cilios,
enquanto minhas mãos
em gestos profanos
sacodem o pó das têmporas.

Um comentário:

  1. Quantoas memórias temos em nosso olhar, chego a imaginar teu pai em você, imaginar o menino por trás deste tempo...

    Um beijo e boa semana.

    Carmen.

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