A vergasta do tempo
roçou meu rosto
o silêncio dos anos
entortou minhas
vértebras e o moinho
do cotidiano triturou
minhas ambições.
Entre eu e a rua
há um abísmo
de sonhos perdidos
onde pastam silentes
os abutres da cidade,
estou em escombros
e palmilho o território
da angústia.
Uma procissão de rugas
encardiu minha pele
fustigada pelos sóis
colhidos em dias de verão
caústico e aceso.
Coleciono depressões
despertam meu sono
em noites sem véspera
só espero( convicto)
o instante para o salto
no vórtice das incertezas.
Ainda estou calmo
mas a noite sem lua
cristaliza meu mêdo.
Por sorte vem a Poesia e coloca todo o medo porta a fora!
ResponderExcluirUm beijo carinhoso, Júlio. Fico feliz de ver toda a tua produção. Seguimos!!!
Carmen Silvia Presotto