Existe na casa de minha infância
ilhas de mudez e lembranças
(arquipélago do silêncio)
que me conduzem á lavoura da memória.
Revisito-a. Na sala de jantar ainda sinto
o cheiro doce de meu pai na oração
contrita á hora da ceia de Natal,
da solidão da cozinha vem o aroma
do café vesperal de minha mãe,
suspensos no ar dos quartos vazios
esqueletos de sonhos e saudades
me acenam,
e no velho quintal , ainda de pé,
imponente e viçoso o velho cajueiro
sobrevivente dos temporais da vida
ele que era a plataforma de lançamentos
de minhas viagens interplanetárias,
enquanto lá fora antigos fantasmas
do meu passado, embriagados de silêncio,
capinam sombras no alpendre.
Todos os trabalhos postados neste blog são de autoria de Julio Rodrigues Correia e estão albergados pelos termos da Lei nº 9.610 de 19/02/1998 que regula o Direito Autoral no país.
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Querido Poeta,tenho lido o Teorias Impossíveis e me iluminado com os escritos de Lunna Guedes, parabéns por esta homenagem, que o arquipélago do silência siga inquietando nossos versos!!!
ResponderExcluirUm beijo.
Carmen Silvia Presotto
www.vidraguas.com.br
Lindo poema!
ResponderExcluirAbraço.
Lindo, Julio! Muito lindo!
ResponderExcluirA fotográfica lembrança nos transporta à essa inf^ncia "no cheiro doce" da tua imaginação aqui poéticamente conosco dividida.
Bj
Posso dizer-te que o silêncio me alcançou de forma plena. Grata mil vezes por teu carinho e por esse versar que me deixou em estado de levitação como se assim eu pudesse flutuar por cima de todas as coisas belas. Meu abraço a você caríssimo...
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