Os gestos se perderam
no entrelace das mãos,
a voz alcançou a mudez
na coxia silenciosa:
-Boal está morto!
A morte fossilizou o corpo
e a palavra deixou de aguar
a gleba dos oprimidos
e o ator transvertido em Deus
ante o olhar atônito da platéia
se fez cinzas e rasgou
os limites da existência
em busca de novos amanhãs.
O palco está vazio
o país está vazio,
desceu o pano no último ato
do teatro da vida:
-Boal está morto!
( Augusto Boal ( foto) foi um icone do teatro universal. Faleceu na semana pretérita com todas as honrarias de um grande dramaturgo que foi e inovador do teatro brasileiro, criou o Teatro do Oprimido. O teatro brasileiro e mundial perdeu um de seus mais ilustre mestre.Boal também era um escritor de linguagem escorreita. Escreveu vários livros de grande relevância para o teatro e para vida de todos nós, brasileiros. Com a passagem de Boal para outra dimensão, ficamos pobres um pouco mais.
Triste Julio, mas ainda temos seus .Que continue vivo o Teatro do Oprimido para os oprimidos.
ResponderExcluirTriste Belo poema, linha por linha o riso e a lágrima
Ficamos ainda mais pobres, Julio. Mas a voz de Boal ecoa nos teatros da vida, "aguando a gleba dos oprimidos"...
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