Todos os trabalhos postados neste blog são de autoria de Julio Rodrigues Correia e estão albergados pelos termos da Lei nº 9.610 de 19/02/1998 que regula o Direito Autoral no país.
domingo, 31 de maio de 2009
CAPITALÍSMO SELVAGEM
( que se banqueteiam com o suor
e sangue dos trabalhadores) tudo
as fímbrias do céu
e o lucro desmedido,
aos pobres, aos miseráveis
da sorte a sarjeta
o gueto poluído,
o sono nas calçadas frias
das cidades no inverno,
a esses párias da sorte
ás raias do inferno.
Defendendo a ecologia
os rícos temem
que a flatulência
dos mendigos
possa esburacar
a camada de ozônio.
sábado, 30 de maio de 2009
CÍRIOS ARDENTES
a voz embargada na prece
contrita. Os olhos rubros
inflados pelo sal das lagrímas
crianças correndo pela sala
inventando artes lúdicas
de vida.
Os olhos da morte espiando,
um coral de beatas entoa
a reza comovente
e minha mãe inerte
entre os círios ardentes.
quinta-feira, 28 de maio de 2009
RELEMBRANDO OS GÊNIOS
quarta-feira, 27 de maio de 2009
POEMA EM TOM DE SAUDADE PARA O ÍBIS BAR
como uma avalanche
soterrando meu estado de animo:
-O Íbis Bar fechou ás portas!
Súbito uma angústia numeral
percorreu as latitudes
do meu corpo gordo e amargo,
lá se foram anos e anos
de embriaguês poética
de discursos etílico-filosóficos
de delírios existencialistas
e de debates surrealistas
infindáveis.
O Íbis usinava prosa, verso e vidas,
foi em seu recinto nostálgico
entre a fumaça espiralada
dos cigarros ardentes
e o cheiro acre da cerveja
amanhecida,
que assisti os primeiros afagos
do romance entre o poeta
Roberval Vieira e a bela Dóris
( a morena dos olhos de ciúme),
em cima de suas mesas encardidas
ouvi alguem recitar um poema
de Jorge Tufic que dizia ser
"o bar o lar da vida".
O Íbis Bar fechou ás portas
mas ficará plasmado no ar
de sua memória
minhas palpitações
meus desencantos
meus amores tempestivos
e as madrugadas insones
( pedaços de mim)
como lembrança de um tempo
que vivi.
O Íbis neste instante é saudade,
e eu que já sou orfão de pai e mãe
agora sou, também, orfão de bar.
( Eu estava na Praia do Futuro em Fortaleza, quando o poeta Roberval Vieira me telefonou dando-me a notícia do Íbis, o bar que frequentavamos em nossa juventude e até recentemente. Depois de 40 anos de atividade boemia o Íbis não suportou a ambição e as investidas imobiliárias).
domingo, 24 de maio de 2009
POEMA QUASE MANIFESTO
que não sou eu
que devassa os campos
os trigais silvestres
e os arvoredos,
que não sou eu
que anuvia os céus
com as raspas
e fuligens de aço
envenenando pulmões
nas axilas
das cidades sofridas,
que não sou eu
que joga bosta nos rios
e olea onda dos mares
sufocando peixes
e esfomeando vidas,
não sou eu que constroi
essas desgraças tamanhas,
são eles os agentes iníquos
do capitalísmo irresponsável
que eivados de ganância
e ambição desmedida
provocam as dores do mundo.
( na Amazônia os grandes pecuaristas colocam a mata no chão, toldam os rios e os pequenos agricultores são responsabilizados por essas ações. O poeta Roberval Vieira perguntou-me se eu fosse um pequeno agricultor o que eu diria sobre essa situação e, então, fiz esse desabafo.
sexta-feira, 22 de maio de 2009
ENCONTRO DE ESCRITORES BEATS
quinta-feira, 21 de maio de 2009
AJURICABA
guerreiro éreo
fé e contrição
não teme a morte
nem a traição
amor á terra
invade o peito
luta renhida
amor e liberdade
amor a vida
guerreiro de voz
preferiu a morte
do que servi o algoz.
( Ajuricaba é o indio heroi do Amazonas, simboliza o amor pela terra e pela liberdade. Aprendemos com seu exemplo a amar a nossa terra e a Amazônia brasileira. Preso pelos portugueses, o guerreiro que lutava pela libertação de seu povo, preferiu atirasse nas
aguas do Rio Negro do que ficar cativo. Ajuricaba representa a força e o amor dos amazonenses pela terra, pela flora e fauna exuberante da Amazonia.)
quarta-feira, 20 de maio de 2009
AS MULHERES DO ZUMBI II
são fortes e corajosas
e quando fazem amor
abrem as pernas ternamente
e trepam mesmo em chão
de barro e na frieza
dos barracos soturnos
e não tem menos orgasmos
do que as granfinas
da Ponta Negra
que fazem amor
com a conivência
de fronhas e lençóis
importados.
As mulheres do Zumbi II
são doces e belas.
( este poema foi construido quando o bairro do Zumbí II era apenas uma invasão desordenada, barracos no chão de barro formavam um aglomerado. Hoje é um bairro comercial de grande desenvolvimento. E este poema foi dedicado ao poeta cearense Costa Matos)
terça-feira, 19 de maio de 2009
RELEMBRANDO OS GÊNIOS
segunda-feira, 18 de maio de 2009
TOCATA VESPERAL PARA OS OLHOS DE FOLHA MINHA
fluindo sobre o dorso da tarde,
a palavra nua e crua arquiteta
fugas no areado do mar
a emoção coletando ventos
para impulsionar ondas
deste mar sem véspera
e suavizar a praia de musgos
e crustáceos.
Cintia Thomé o verso maleável
pari uma lua vermelha
numa noite em que o tempo
( verdugo de todos nós)
faz oferendas aos olhos
de folha minha.
Cintia Thomé o sonho do filho
abortado numa esquina da vida
evoca prece e resignação:
Rudy com asas de aurora
voa entre as fímbrias das nuvens
em busca de outros infinitos.
Cintia Thomé o poema completo
se esparrama sobre o ar das manhãs
de pássaros e de cantos,
Cintia Thomé poema e vida...
( Depois de reler o livro" Olhos de Folha Minha", da grande poeta contemporanêa Cintia Thomé que o Estado de São Paulo pariu para o Brasil e para o mundo.)
A VIAGEM
evocarei o espírito de Kerouac
para me acompanhar
caminharei sem rumo
apagando o brilho do sol
acendendo o lume da lua,
tropeçarei em cardos
pisarei em urzes
comerei o pão que a vida
amassou
até romper os grilhões
da madrugada
e desperte à amada
que me encontrará
na caminhada
(linda e sorridente)
cavalgando uma estrela
cadente.
domingo, 17 de maio de 2009
POETAS DA AMAZÔNIA
sábado, 16 de maio de 2009
INSTANTE
embaça a chuva
e a tarde desaba
ladeira abaixo
enquanto andorinhas
no céu do dia
( em declínio)
em voos pandos
tatuam a pele do vento,
apenas o olhar da rua
persegue a paisagem
em decomposição.
sexta-feira, 15 de maio de 2009
ESTADO DE CIO
agressivamente linda
com essa tez rosada
e olhar de mansidão
de lago após a chuva,
te quero assim
simplesmente
glutea e lasciva
cheirando a anélito
de rosa do campo
te quero assim
completamente
meiga e ardente
(eivada de candura
e desafios)
que possa comunga
todos os dias
do meu estado de cio.
quinta-feira, 14 de maio de 2009
PASSAGEM
dos teus olhos carregados de luz
que passaram por mim
iluminando meu caminho.
E de repente
implodiram ás paixões
os gestos se perderam
no silêncio das mãos
e no mutismo das horas,
as palavras se calaram
no útero da garganta,
e foi só depois de tua passagem
pelas trilhas geométricas
dos meus olhos
é que vi que o mundo
já não era o mesmo.
( Este poema publiquei no site Overmundo e foi dedicando a poeta paulista, Nydia Bonetti, explosão poética que Piracaia pariu para as letras do país, depois de lê Olhos Raros de sua autoria).
terça-feira, 12 de maio de 2009
OCASO SOBRE CAMPINAS
raios languidos e tépidos
amornam as vértebras da tarde
que caminha para o suicídio
das horas.
A cidade abre o seu ventre
para receber o bafejo
da noite que avança
( com sua vestimenta de mêdo)
sobre a Vila Industrial
e promete mistérios.
Na Avenida Prestes Maia
edifícios sofridos de poluição
guardam no limo
de seus antigos calendários
vestígios de um tempo
que nunca vivi.
No Terminal Central
o caos se instala:
vidas vão
vida vem
vidas vão e vem
cada uma levando
sua cruz
e atravessam a pátina
do crepúsculo.
Lá para os lados de Viracopos
( ninho de aviões)
um pássaro solitário
( com asas de nevoa)
desce os degraus do vento
e corta o ar da tarde
relembrando antigos
ocasos esquecidos.
Enfim a tarde capitula
definitivo o sol desce
e essa saudade de Campinas
me anoitece.
( Este poema publiquei no site Overmundo e foi dedicado a grande poeta paulistana Cintia Thome).
POSSIVEL POEMA Á AMADA
da noite permissiva
onde a sobriedade
de teu rosto
incita a viagem
e viajo pelas sendas
brancas e inconsúltis
do teu corpo,
me excito com a arquitetura
dos teus seios rosados
( maçãs sazonadas)
e busco a impunidade
dos meus atos sensuais
na realidade dos teus lábios.
No silêncio das horas
pesco cardumes de palavras
doces , amenas e ofereço
aos teus gestos maduros
de amar.
E tu, amada e amor,
dormindo ao meu lado
( Vênus adormecida)
tua nudez resplandecendo
na luz do abajur,
afoga minha respiração
e o cio surgindo dos labirintos
do meu corpo
celebra minha intenção
de ti amar com ardor
e sofreguidão.
sábado, 9 de maio de 2009
POETAS DA AMAZÔNIA
Jorge Tufic (foto) nasceu em Sena Madureira, no Estado do Acre, mas, sua vida intelectual foi desenvolvida em Manaus. Poeta dos mais exaltado pela midia literária do norte e nordeste, também do sul e sudeste. Escreveu mais de 50 livros, entre os quais se destacam, Chão Sem Mácula, Mitos da Criação, Varanda de Pássaro, este no início da carreira poética, Do Outro Lado do Rio, prosa , e outros e de grande relevância no cenário literário brasileiro. Reside na atualidade na cidade de Fortaleza-Ce, onde exerce uma plena atividade litéraria, tendo sido agraciado com o titulo de Cidadão Fortalezense, outorgado pela Câmara Municipal daquela cidade cearense. Jorge Tufic foi um dos fundadores do Clube da Madrugada, movimento cultural que transformou a literatura e artes no Amazonas e da Academia Pré-Andina de Letras, com sede em Tabatinga, cidade amazonense situada na fronteira oeste do Brasil.
sexta-feira, 8 de maio de 2009
REQUIEM PARA AUGUSTO BOAL
Os gestos se perderam
no entrelace das mãos,
a voz alcançou a mudez
na coxia silenciosa:
-Boal está morto!
A morte fossilizou o corpo
e a palavra deixou de aguar
a gleba dos oprimidos
e o ator transvertido em Deus
ante o olhar atônito da platéia
se fez cinzas e rasgou
os limites da existência
em busca de novos amanhãs.
O palco está vazio
o país está vazio,
desceu o pano no último ato
do teatro da vida:
-Boal está morto!
domingo, 3 de maio de 2009
POETAS DA AMAZÔNIA
EROTICA
Entre as tuas tenras coxas a erva da sedução narcotiza meus gestos abala meus sentidos e minhas mãos se perdem no labirinto terno e obscuro ...
-
Germinando no silêncio do jardim um crisântemo espera o nascer do sol para abrir suas rutilas pétalas no ar pleno da manhã que vai raiar enq...
-
Saio do meu casulo de silêncio para prantear o poeta Belchior que nesta manhã, foi levado pelas Walquirias e cavalgou com ela...
-
. Uma lua madura aproveita a insônia das horas para habitar os círculos dos teus olhos e a noite desce com a lua e vem iluminar as esca...