O silêncio retira
do útero da tarde
os embriões da noite.
Todos os trabalhos postados neste blog são de autoria de Julio Rodrigues Correia e estão albergados pelos termos da Lei nº 9.610 de 19/02/1998 que regula o Direito Autoral no país.
quarta-feira, 14 de novembro de 2012
segunda-feira, 15 de outubro de 2012
quarta-feira, 26 de setembro de 2012
CANTIGA DE ESPERAR
Esperar que a manhã renasça
dos escombros e das cinzas da noite
e que os ventos com suas cirandas aéreas
varram o outono desfolhado
e que o sol com suas lâminas de fogo e luz
acalente os jardins sombreados
para que não haja holocausto de bromélias.
dos escombros e das cinzas da noite
e que os ventos com suas cirandas aéreas
varram o outono desfolhado
e que o sol com suas lâminas de fogo e luz
acalente os jardins sombreados
para que não haja holocausto de bromélias.
segunda-feira, 17 de setembro de 2012
quinta-feira, 2 de agosto de 2012
A TELA
Numa mesa encardida
duas maçãs uma pêra partida
e um bule cor de jade:
natureza morta
apascentado os rebanhos
vivos da tarde.
duas maçãs uma pêra partida
e um bule cor de jade:
natureza morta
apascentado os rebanhos
vivos da tarde.
quinta-feira, 19 de julho de 2012
TU
( para Judite)
os teus olhos continuam a incendiar
as tardes de pássaros banhados de sol,
e os teus lábios arquitetura
de brilho e ternura
soldam nossas nossas palavras
quando o amor nos visita,
teu corpo, febre de fogo e candura,
casulo de encantos e ensejos
continuam sendo patrimônio
universal dos meus desejos.
os teus olhos continuam a incendiar
as tardes de pássaros banhados de sol,
e os teus lábios arquitetura
de brilho e ternura
soldam nossas nossas palavras
quando o amor nos visita,
teu corpo, febre de fogo e candura,
casulo de encantos e ensejos
continuam sendo patrimônio
universal dos meus desejos.
quarta-feira, 4 de julho de 2012
A FOTOGRAFIA
As sombras do alpendre
apagam os diálogos da memória.
Plantada na lavoura da parede caiada
( em moldura carcomida pela saliva do tempo)
a fotografia dos mortos mastiga
os gomos de sua solidão,
enquanto a chuva caindo no telhado
desperta os pássaros do meu silêncio.
apagam os diálogos da memória.
Plantada na lavoura da parede caiada
( em moldura carcomida pela saliva do tempo)
a fotografia dos mortos mastiga
os gomos de sua solidão,
enquanto a chuva caindo no telhado
desperta os pássaros do meu silêncio.
terça-feira, 26 de junho de 2012
OLHANDO O TEJO
No céu de agosto
gaivotas tingidas de sol
galopam (acrobáticas) os ventos da tarde.
O silêncio surge das escamas do rio
deste rio fatigado de antigas viagens
e de náuseas de velhos marujos
( argonautas de procelas e temporais)
enquanto águas flúvias lambem
as ferrugens do cais.
Cais do Sodré/agosto de 2011.
gaivotas tingidas de sol
galopam (acrobáticas) os ventos da tarde.
O silêncio surge das escamas do rio
deste rio fatigado de antigas viagens
e de náuseas de velhos marujos
( argonautas de procelas e temporais)
enquanto águas flúvias lambem
as ferrugens do cais.
Cais do Sodré/agosto de 2011.
domingo, 24 de junho de 2012
FRAGMENTOS DO OUTONO
Um sol pálido e morno
na tarde fria e nublada
bosques em abandono
ventos coléricos e frios
agitam arvores desfolhadas,
enquanto pardais distraídos
bicam as sombras do outono.
na tarde fria e nublada
bosques em abandono
ventos coléricos e frios
agitam arvores desfolhadas,
enquanto pardais distraídos
bicam as sombras do outono.
quinta-feira, 21 de junho de 2012
POEMA PARA MANUEL DE BARROS
Gaivotas banhadas de sol
não grafitam as areias da praia
e o menino descobriu
que o céu não tem fundo
e que as horas são os graus
da vida.
não grafitam as areias da praia
e o menino descobriu
que o céu não tem fundo
e que as horas são os graus
da vida.
sábado, 16 de junho de 2012
ELEGIA PARA O IRMÃO MORTO
Agora, irmão, que os cristais dos teus olhos
se partiram,
agora que o sol com suas asas de fogo
crestou as flores do teu jardim de inverno,
agora que o silêncio encalhou na enseada
de tua garganta,
agora que as sombras da noite apagaram
teus sonhos veste a túnica inconsutil
dos anjos e assume o comando de tua barca
de brumas e veleja pelos mares castos
do imponderável em buscas de infinitas
manhãs
e que tua palavra agora muda continue a ecoar
nos labirintos de nossa eterna memória.
se partiram,
agora que o sol com suas asas de fogo
crestou as flores do teu jardim de inverno,
agora que o silêncio encalhou na enseada
de tua garganta,
agora que as sombras da noite apagaram
teus sonhos veste a túnica inconsutil
dos anjos e assume o comando de tua barca
de brumas e veleja pelos mares castos
do imponderável em buscas de infinitas
manhãs
e que tua palavra agora muda continue a ecoar
nos labirintos de nossa eterna memória.
domingo, 10 de junho de 2012
POEMA
Os ventos trazem vestígios
de tua presença na rua
salpicada de sol,
enquanto a tarde prenhe
de pássaros e cantos
desperta o sono dos jardins.
de tua presença na rua
salpicada de sol,
enquanto a tarde prenhe
de pássaros e cantos
desperta o sono dos jardins.
sexta-feira, 1 de junho de 2012
O ALPENDRE
Bruni os anos da infância
restaram apenas sombras opacas
daquilo que nunca fui
e esse alpendre decrépito,
(com a cal despregando-se do teto)
onde meus mortos se assentam
para mascar contritos
a erva do esquecimento.
restaram apenas sombras opacas
daquilo que nunca fui
e esse alpendre decrépito,
(com a cal despregando-se do teto)
onde meus mortos se assentam
para mascar contritos
a erva do esquecimento.
quarta-feira, 30 de maio de 2012
MANHÃ EM PRINCÍPIO
O sol rompendo o himen da manhã
o silêncio camuflando o pranto da cascata
e o cerrado saturado de pétalas
cumpre os designos da primavera
enquanto nos verdes bosques
a sinfônica dos pássaros
ensaia a ópera do dia.
o silêncio camuflando o pranto da cascata
e o cerrado saturado de pétalas
cumpre os designos da primavera
enquanto nos verdes bosques
a sinfônica dos pássaros
ensaia a ópera do dia.
sábado, 26 de maio de 2012
AUTO - POEMA
A tarde de musgo imprime
sua caligrafia de sol
sobre os labrintos sombrios da cidade
e desnuda o caos urbano,
assustado fujo do mêdo e da angústia das ruas
e me refugio no silêncio fetal do alpendre
onde as horas plantam sementes de tédio
na lavoura arcaica do tempo
e vejo a tarde descambar para o poente
enquanto inquietas andorinhas tentam
pintar ainda com fiapos de sol
a tênue linha do horizonte!
sua caligrafia de sol
sobre os labrintos sombrios da cidade
e desnuda o caos urbano,
assustado fujo do mêdo e da angústia das ruas
e me refugio no silêncio fetal do alpendre
onde as horas plantam sementes de tédio
na lavoura arcaica do tempo
e vejo a tarde descambar para o poente
enquanto inquietas andorinhas tentam
pintar ainda com fiapos de sol
a tênue linha do horizonte!
sexta-feira, 27 de abril de 2012
SIDERAL
Sob a luz tênue e singela
deste quarto sem tempo
( gálaxia noturna)
os meus olhos circudam
a orbita dos teus seios
cálidos e rosados
que parecem duas luas
protuberantes e belas.
domingo, 8 de abril de 2012
EXERCÍCIO
Nesta noite de céu clareado
e de silêncio na varanda,
quero deixar marcados
na arquitetura sensual
dos teus seios morenos
vestígios claros e obscenos
de minhas mãos.
e de silêncio na varanda,
quero deixar marcados
na arquitetura sensual
dos teus seios morenos
vestígios claros e obscenos
de minhas mãos.
quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012
POEMA
Na noite quente
de verão acêso,
a cidade ardente
apaga os vestígios
do dia e nos jardins
pingos de chuva
lavam as pétalas
viçosas do malmequer
e lá no alto
uma lua nua
rege a dança das marés.
de verão acêso,
a cidade ardente
apaga os vestígios
do dia e nos jardins
pingos de chuva
lavam as pétalas
viçosas do malmequer
e lá no alto
uma lua nua
rege a dança das marés.
quarta-feira, 4 de janeiro de 2012
QUASE NOTURNO
O tempo constroi ruinas nos alicerces da tarde.
O vento em suas travessuras abstratas
pinta de silêncio a arquitetura do alpendre
e um pássaro acrobata, em velocidade,
risca de musgo a pele das arvores
enquanto o sol derrama fiapos de luz
nas escamas do rio.
A noite virá sobre essas velhas casas
encharcadas de anos e liquens
salpicando de cinzas e angústias
essas ruas molhadas de tédio.
O vento em suas travessuras abstratas
pinta de silêncio a arquitetura do alpendre
e um pássaro acrobata, em velocidade,
risca de musgo a pele das arvores
enquanto o sol derrama fiapos de luz
nas escamas do rio.
A noite virá sobre essas velhas casas
encharcadas de anos e liquens
salpicando de cinzas e angústias
essas ruas molhadas de tédio.
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