quinta-feira, 25 de fevereiro de 2021

INSTANTES


A noite ácida cobre os labirintos da cidade com seus estandartes de sombras e delírios. Sombreados pelos ipês, vultos indigentes capinam silêncio no chão de musgo da praça . Uma lua em pedaço, antiga e decrepita tenta em vão iluminar as trevas do alpendre onde rumino minhas palpitações e os meus desencantos. Nos escaninhos de minha imaginação pareço ver infames centauros cavalgando a varanda. Recomponho o pensamento. Agora uma chuva carregada de ventos lava a miséria e os pecados das ruas ínvias saturadas de desastres. Este é o inverno da minha melancolia E o que resta agora, neste momento? É alongar pernas e braços, ler um poema de Zélia Guardiano e mergulhar no mar de sonhos na alcova da mulher amada.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

EROTICA

Entre as tuas tenras coxas a erva da sedução narcotiza meus gestos abala meus sentidos e minhas mãos se perdem no labirinto terno e obscuro ...