Se a noite vier furiosa
calejada de escuridão
e preencher de sombras
ás ruas,
eu saberei me defender
com minha espada de lua.
Todos os trabalhos postados neste blog são de autoria de Julio Rodrigues Correia e estão albergados pelos termos da Lei nº 9.610 de 19/02/1998 que regula o Direito Autoral no país.
sábado, 30 de janeiro de 2016
quarta-feira, 20 de janeiro de 2016
MINÍMA CANTIGA
Os meus olhos de fogo
acendem a tua nudez
no instante que as limas
do,tempo
desbastam as rusgas
do meu silêncio
enquanto o teu corpo
em chamas
flamba os grãos
do meu desejo.
segunda-feira, 18 de janeiro de 2016
sexta-feira, 15 de janeiro de 2016
quarta-feira, 13 de janeiro de 2016
O POETA VOLTA À LISBOA
A cidade é a mesma dos anos passados
feminina , romântica e bela
casas com flores desabrochando nas janelas
e a velha Alfama desfiando seus fados,
na ribeira o Tejo insuflado pela maré
avoluma suas águas e acoita o Cais do Sodré.
Perfurando a paisagem a Ponte 25 de Abril
Cujo nome relembra batalhas furiosas e febris
pontifica solene sobre as costelas do rio
e a efervescência do Bairro Alto convida a boemia
que sobe e desce as ladeiras cheias de poesia.
No largo do Chiado o poeta Fernando Pessoa
se exibe, em pose, para as fotografias
de turistas e seus devotos
que o querem registrados na memória de suas fotos
enquanto da praça Camões o discípulo vigia.
No Rossio e em sua avenida principal
os ventos sopram a liberdade
e de seu pedestal no meio da praça o Marques
vigia a cidade,
e no fim da tarde no Café Nicola ,cadeira na calçada,
assisto o ocaso na hora em que o sol esmorece
e neste instante Lisboa contempla em prece
os braços abertos do Cristo de Almada.
(Lisboa/ julho/2014)
sábado, 9 de janeiro de 2016
A CASA DO PASSADO
Entro na casa do passado
observo as paredes com a cal
despregando-se e carcomidas
pelos cupins do tempo,
olho os quartos úmidos
caminho pela via expressa
da casa: o corredor sombrio
tudo está diferente dos dias
da infância. Vou ao quintal
universo de meus voos
imaginários e o vejo abandonado
olho o jardim das dálias de minha mãe
tudo em ruínas onde um gato
de pêlo grisalho mija nas minhas
recordações,
enquanto com uma sinfonia
muda o tempo constrói
a arquitetura do meu silêncio.
observo as paredes com a cal
despregando-se e carcomidas
pelos cupins do tempo,
olho os quartos úmidos
caminho pela via expressa
da casa: o corredor sombrio
tudo está diferente dos dias
da infância. Vou ao quintal
universo de meus voos
imaginários e o vejo abandonado
olho o jardim das dálias de minha mãe
tudo em ruínas onde um gato
de pêlo grisalho mija nas minhas
recordações,
enquanto com uma sinfonia
muda o tempo constrói
a arquitetura do meu silêncio.
SUAVE ROTINA
Me acostumei a caminhar a beira-mar
nas manhãs em principio.
Olho o oceano à bramir e colho suas brisas
e as aspiro nas suas essências de iodo e sal,
o sol me rebatiza de cálcio e ouço a canção do mar
na solidão cônica dos seus búzios
piso nas granulações deste mar de areias: a praia
e sinto os meus pés abrasivos alcançarem distancias
e a manhã termina na coreografia ágil das gaivotas
bicando em lestas acrobacias a pele das águas.
A tarde me refugio na janela do apartamento
observo embevecido o cavalgar das nuvens
nas frinchas do céu e neste instante
me visto de por do sol e espero a noite chegar
com seu véu de sombras e mistérios.
nas manhãs em principio.
Olho o oceano à bramir e colho suas brisas
e as aspiro nas suas essências de iodo e sal,
o sol me rebatiza de cálcio e ouço a canção do mar
na solidão cônica dos seus búzios
piso nas granulações deste mar de areias: a praia
e sinto os meus pés abrasivos alcançarem distancias
e a manhã termina na coreografia ágil das gaivotas
bicando em lestas acrobacias a pele das águas.
A tarde me refugio na janela do apartamento
observo embevecido o cavalgar das nuvens
nas frinchas do céu e neste instante
me visto de por do sol e espero a noite chegar
com seu véu de sombras e mistérios.
MÍNIMO DEBULHO DA POESIA DE RUBENS JARDIM
Sem arte e sem manha o sol
pousa no silêncio dos telhados
incrustados de musgo e liquens
das velhas e frias casas. Das frínchas
das avenidas e das ruas desta cidade
de cal e pedras fluem os cantares da paixão,
saindo do sonho noturno do poeta
surge Anarda mulher uma viagem
ao desconhecido trazendo no rosto
venusto sinais líricos de poesia,
enquanto na plataforma de uma estrela
o poeta Lindolf Bell espia.
pousa no silêncio dos telhados
incrustados de musgo e liquens
das velhas e frias casas. Das frínchas
das avenidas e das ruas desta cidade
de cal e pedras fluem os cantares da paixão,
saindo do sonho noturno do poeta
surge Anarda mulher uma viagem
ao desconhecido trazendo no rosto
venusto sinais líricos de poesia,
enquanto na plataforma de uma estrela
o poeta Lindolf Bell espia.
O CONSTRUTOR DE SOL
Um homem pensou em construir um sol. Ele confidenciou a um amigo.
Assustado o amigo falou:- Construir um sol? Que dislate é esse meu
amigo. Ninguém constrói sol. Jamais Deus o criador do mundo e do sol foi
imitado. O único instrumento que tinha relação com o sol e que as
astrofísica criou foi um enorme espelho para refletir a luz solar,
servindo como arma de defesa, mas só isso. Agora você vem com essa
ideia. Então o pretenso construtor de sol falou: -Meu amigo,
você sabe que sou poeta e poeta pode tudo. Poeta cria verão em pleno o
inverno, transforma a primavera em outono, colhe uvas fora da estação,
cria amores que nunca conheceu e outras coisas mais. Tens matéria prima
para essa realização, indagou o amigo já quase chegando a pilhéria. E o
poeta inventor respondeu:- Por enquanto tenho em vista apenas duas
matérias primas. Penso em construir os raios com o brilho dos olhos da
mulher amada e o calor com o fulgor de mil mãos de mães na hora de
acalentar seus filhos. Mais tarde pensarei em outras matérias.
terça-feira, 5 de janeiro de 2016
MOMENTO NOTURNO
A noite fermenta o tédio na palha
das horas. Caminho à esmo pelas ruas
pejadas de escuro e solidão,
a lua hoje não veio para espantar
os fantasmas dos becos soturnos
partes da cidade banhadas em impurezas
sociais. No alto nuvens sépias prenunciam
chuvas e soletro a linguagem da vida
na cartilha do tempo.
das horas. Caminho à esmo pelas ruas
pejadas de escuro e solidão,
a lua hoje não veio para espantar
os fantasmas dos becos soturnos
partes da cidade banhadas em impurezas
sociais. No alto nuvens sépias prenunciam
chuvas e soletro a linguagem da vida
na cartilha do tempo.
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