Desde os doze anos que Ângela,
sofria com dores atrozes que habitavam toda sua estrutura corporal. A medicina jamais explicou, diagnosticamente,
a natureza de sua patologia. Cada médico indicava uma variedade de remédios que
conseguiam apenas minimizar a intensidade das dores. Apesar de sua pouca idade,
agora já com quinze anos de idade, Ângela, sabia que a medicina nunca poderia
sarar suas dores. E por isso passava o tempo todo resignada. Não podia estudar
ou realizar qualquer tarefa. As dores não deixavam.
Um dia sua mãe sentou-se á beira
de sua cama e disse em tom choroso: - Ângela, minha filha, eu queria que Deus
me desse uma provação. Que ele transportasse para mim todo este teu sofrimento,
todas essas dores que sentes. Não queria que sofresse mais.
Foi então que Ângela respondeu á mãe,
sabiamente: - Mãe, não se desespere. Tudo vai ficar bem. É uma questão de
tempo. A dor é uma poda. Ela está podando os resquícios de impurezas de minhas
vidas passadas que ficaram incrustadas em minha alma.
Passaram meses. E numa manhã de
luz, Ângela acordou sem dores e sentiu-se leve como uma pluma sendo levada por um
rebanho de ventos. Chamou sua mãe. E
quando ela chegou apressada, Ângela disse-lhe: - Mãe, a dor me libertou. Estou
livre. Eu não lhe disse que a dor é uma poda?
Lá fora o outono podava ás
arvores.
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