As palavras se unem e se multiplicam
ao sabor imprevisível das metáforas
nesta manhã que espalha suas espumas
pela extensão vetusta do alpendre,
onde as sombras virtuais do passado
se transformam em linguagem de saudades
sacudidas pela coreografia dos ventos
que se alastra pelos quartos e corredores
da casa sombria e envelhecida,
enquanto a arqueologia do silêncio,
em sua vertigem abstrata,
redescobre doces instantes de vidas
e lá fora um sol de verão alimenta
de luz e calor um canteiro de margaridas.
Todos os trabalhos postados neste blog são de autoria de Julio Rodrigues Correia e estão albergados pelos termos da Lei nº 9.610 de 19/02/1998 que regula o Direito Autoral no país.
terça-feira, 27 de dezembro de 2011
terça-feira, 20 de dezembro de 2011
ESPERA
As horas com seus gomos de silêncio
marcam o tempo de tua ausência.
Sobre a mesa o calendário
na sua frigidez numeral
assinala os dias da espera,
enquanto os faunos da imaginação
flambam os grãos de minha ansiedade.
E quando, amiga, as sete luas passarem
iluminando os hectares da vida,
estarei, aqui, de braços abertos
te esperando no velho alpendre
o mesmo que assistiu tua partida.
marcam o tempo de tua ausência.
Sobre a mesa o calendário
na sua frigidez numeral
assinala os dias da espera,
enquanto os faunos da imaginação
flambam os grãos de minha ansiedade.
E quando, amiga, as sete luas passarem
iluminando os hectares da vida,
estarei, aqui, de braços abertos
te esperando no velho alpendre
o mesmo que assistiu tua partida.
sexta-feira, 9 de dezembro de 2011
ESTAÇÃO IV
Primavera. Não mais as flores e perfumes
incensando os hectares do dia
e configurando os dominios da primavera,
não mais a abrasividade do sol
esquentando o resto de frio na tarde
de canto e de pássaros,
apenas teus seios túmidos
brotando da camisola de sêda.
incensando os hectares do dia
e configurando os dominios da primavera,
não mais a abrasividade do sol
esquentando o resto de frio na tarde
de canto e de pássaros,
apenas teus seios túmidos
brotando da camisola de sêda.
ESTAÇÃO III
Outono. Na calmaria da tarde de névoa
decifro a linguagem do signo do dia
na sutileza dos teus olhos claros e serenos
e me reservo a dizer-te, amiga e amor,
dos meus intentos eróticos.
Nas aléias vestígios do outono
com suas sombras algidas e grisalhas
despem as arvores e atapetam
de folhas o chão verde de musgo.
E quando a noite chegar, amiga,
com sua frieza inconsequente,
escondo meus pecados e mergulho
na cálida placidez dos teus braços.
decifro a linguagem do signo do dia
na sutileza dos teus olhos claros e serenos
e me reservo a dizer-te, amiga e amor,
dos meus intentos eróticos.
Nas aléias vestígios do outono
com suas sombras algidas e grisalhas
despem as arvores e atapetam
de folhas o chão verde de musgo.
E quando a noite chegar, amiga,
com sua frieza inconsequente,
escondo meus pecados e mergulho
na cálida placidez dos teus braços.
ESTAÇÃO II
Inverno. Na serenidade dos lençóis
minhas mãos em gestos cálidos
tocam e amornam os mamílos
dos teus seios brancos e castos.
Lá fora o inverno congela
os jardins da cidade sufocada
em gás carbônico
e na enseada do teu púbis,
intermitentes, latejam vulcões.
minhas mãos em gestos cálidos
tocam e amornam os mamílos
dos teus seios brancos e castos.
Lá fora o inverno congela
os jardins da cidade sufocada
em gás carbônico
e na enseada do teu púbis,
intermitentes, latejam vulcões.
ESTAÇÃO I
Verão. O dia caminha claro.
A tarde avança carregada de sol
pelos labirintos da cidade aberta
e a coreoagrafia do vento
traz agitação ás copas das arvores
na praça deserta.
Quando não estais comigo, amiga ,
o pesadêlo da espera
gera anseios eróticos
no vácuo de minha imaginação
A tarde avança carregada de sol
pelos labirintos da cidade aberta
e a coreoagrafia do vento
traz agitação ás copas das arvores
na praça deserta.
Quando não estais comigo, amiga ,
o pesadêlo da espera
gera anseios eróticos
no vácuo de minha imaginação
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