A noite se perde
entre o show da boite
e o último trem
e na anatomia
do relógio
o silêncio entala
as horas
na garganta
do tempo.
Todos os trabalhos postados neste blog são de autoria de Julio Rodrigues Correia e estão albergados pelos termos da Lei nº 9.610 de 19/02/1998 que regula o Direito Autoral no país.
sexta-feira, 30 de outubro de 2009
sábado, 24 de outubro de 2009
POEMA A GAGARIN
O foguete partiu
e rasgou os limites
da angústia
e o cosmonauta
transvertido em Deus
ante o olhar
atônito da rua
beijou a boca
bêbada da lua.
Farias de Carvalho
e rasgou os limites
da angústia
e o cosmonauta
transvertido em Deus
ante o olhar
atônito da rua
beijou a boca
bêbada da lua.
Farias de Carvalho
REENCONTRO
Ontem reencontrei
o poeta Farias de Carvalho
estava sentado
em um dos velhos
bancos do Café do Pina
tinha no semblante
o mesmo ar de candura
nos olhos a serenidade
dos espiritos iluminados.
De repente o vejo levantar-se
e recitar Poema a Gagarin
sua voz era tão densa
e forte que acordei.
( o poeta Farias faleceu faz mais de dez anos e o Café do Pina, no centro de Manaus, os predadores urbanistas o fizeram sumir da geografia da cidade)
o poeta Farias de Carvalho
estava sentado
em um dos velhos
bancos do Café do Pina
tinha no semblante
o mesmo ar de candura
nos olhos a serenidade
dos espiritos iluminados.
De repente o vejo levantar-se
e recitar Poema a Gagarin
sua voz era tão densa
e forte que acordei.
( o poeta Farias faleceu faz mais de dez anos e o Café do Pina, no centro de Manaus, os predadores urbanistas o fizeram sumir da geografia da cidade)
sexta-feira, 23 de outubro de 2009
NYDIANAS
O corpo nu
da mulher
na televisão
acende delírios
e os olhos do menino
arregalam desejos,
no sofá (na penumbra)
o sexo baila
agilmente
nas mãos
infantís.
da mulher
na televisão
acende delírios
e os olhos do menino
arregalam desejos,
no sofá (na penumbra)
o sexo baila
agilmente
nas mãos
infantís.
NYDIANAS
No interior do quarto
o relógio quebra
a harmonia do descanso
e as horas oxidam
as engrenagens
do tempo.
Lá fora o sol
espalha escamas
de fogo
nos labirintos
da cidade.
o relógio quebra
a harmonia do descanso
e as horas oxidam
as engrenagens
do tempo.
Lá fora o sol
espalha escamas
de fogo
nos labirintos
da cidade.
quinta-feira, 22 de outubro de 2009
NYDIANAS
Vou plantar
poemas no solo
dessa manhã
sem véspera
espalhar sementes
de silêncio
nos guetos urbanos
e esperar
que os homens
plantem em seus
áridos corações
a erva do amor
e da compaixão.
poemas no solo
dessa manhã
sem véspera
espalhar sementes
de silêncio
nos guetos urbanos
e esperar
que os homens
plantem em seus
áridos corações
a erva do amor
e da compaixão.
NYDIANAS
Prêso as amarras
da ânsia e da angústia
o tédio tolhe
(pouco a pouco)
meus dias
preciso urgente
de salvo-conduto
para ir e vir
na fronteira
desse amor
louco.
da ânsia e da angústia
o tédio tolhe
(pouco a pouco)
meus dias
preciso urgente
de salvo-conduto
para ir e vir
na fronteira
desse amor
louco.
quarta-feira, 21 de outubro de 2009
NYDIANAS
No íntimo
das sílabas
(soma de falanges)
consoantes e vogais
se tocam
se copulam
e constroem
o poema.
das sílabas
(soma de falanges)
consoantes e vogais
se tocam
se copulam
e constroem
o poema.
terça-feira, 20 de outubro de 2009
NYDIANAS
No vázio
inquietante
da sala
o pó das horas
escorre lento
pelas paredes
vetustas da casa
e embota
a fotografia
dos mortos.
inquietante
da sala
o pó das horas
escorre lento
pelas paredes
vetustas da casa
e embota
a fotografia
dos mortos.
NYDIANAS
Hoje pousei
meu olhar
nos meninos
pobres
de minha rua
são os magros
meninos
são os sujos
meninos
mas são tão
alegres esses
meninos mortos
a fome
os fêz catadores
de sobras
nas lixeiras
nunca foram
a escola
mas são
psicologos
a alma
da miséria
só eles
conhecem,
eu que também
sou pobre
ao lado desses
meninos
eu que ainda
tenhos lagrimas
nos olhos
sou ríco.
meu olhar
nos meninos
pobres
de minha rua
são os magros
meninos
são os sujos
meninos
mas são tão
alegres esses
meninos mortos
a fome
os fêz catadores
de sobras
nas lixeiras
nunca foram
a escola
mas são
psicologos
a alma
da miséria
só eles
conhecem,
eu que também
sou pobre
ao lado desses
meninos
eu que ainda
tenhos lagrimas
nos olhos
sou ríco.
quarta-feira, 7 de outubro de 2009
ULOS
Descubro-me na aridez canicular do tempo
onde hectares de sonhos frustrados
( sementes nunca semeadas)
permanecem no silêncio sazonado
do santuário inconsútil da memória.
É inútil revolver o passado
e mastigo agruras e solidão
percorrendo trilhas ínvias
dessa cidade morna desvirginada
pelo egoísmo e ambição
dos que fazem do mundo
arena de embates infames.
Refugio-me no poema
mas o poema é um rio
desaguando incasto
no oceano do cotidiano
imprevisível e amargo.
Aposso-me do tédio das ruas
na liturgia cruel dos dias,
misturo-me ao caos urbano
pejado de delirios e insônias
( soma dos meus pecados)
e suporto a vida olhando
os olhos serenos e castos
da mulher amada na fotografia
colada á parede deste quarto
abrasivo e silencioso
e consigo sobreviver
em meio de tantos mortos.
( após ler o poeta beatnick Allen Ginsberg)
onde hectares de sonhos frustrados
( sementes nunca semeadas)
permanecem no silêncio sazonado
do santuário inconsútil da memória.
É inútil revolver o passado
e mastigo agruras e solidão
percorrendo trilhas ínvias
dessa cidade morna desvirginada
pelo egoísmo e ambição
dos que fazem do mundo
arena de embates infames.
Refugio-me no poema
mas o poema é um rio
desaguando incasto
no oceano do cotidiano
imprevisível e amargo.
Aposso-me do tédio das ruas
na liturgia cruel dos dias,
misturo-me ao caos urbano
pejado de delirios e insônias
( soma dos meus pecados)
e suporto a vida olhando
os olhos serenos e castos
da mulher amada na fotografia
colada á parede deste quarto
abrasivo e silencioso
e consigo sobreviver
em meio de tantos mortos.
( após ler o poeta beatnick Allen Ginsberg)
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