sexta-feira, 18 de setembro de 2009

POEMA SURREALISTA

A janela aberta
deixa entrar na sala
as nuvens de inverno
o ar gelado da manhã
( sem pouso)
congela a fotografia
da menina-moça
na parede gasta
de sal e vida.
Na cadeira de embalo
um velho de picinez
( curvados pelos anos)
traduz versículos
do apocalipse.

2 comentários:

  1. ... gasta de sal e vida ... que imagem forte, Julio. que belo poema.

    bom domingo, beijo!

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  2. "A janela aberta
    deixa entrar na sala
    as nuvens"

    "o ar gelado da manhã (...)
    congela a fotografia
    da menina-moça"

    "Na cadeira de embalo
    um velho (...)
    traduz versículos
    do apocalipse."

    Tudo dito tão sutilmente...
    Simplesmente maravilhoso!

    Um abraço,
    doce de lira

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