Tua carpintaria poética
recuperava velhos sonhos
onde o tempo e memória
se fundiam e tuas mãos
calosas de auroras
fabricavam poemas
azuis pejados de esperanças.
Lendo os teus versos
revisito a infância
desço os degraus
da adolescência
mergulho nas aguas
azuis e mansas dos regatos
esquecidos e me invento alado
e tal um pássaro onírico
pouso suave nos andaimes
de cristal dos ocasos mortos
das tardes outonais
da Manaus esquecida.
Um dia, poeta amigo
quando o silêncio
acorrentar minha voz
e quandos meus olhos
deixarem de se enebriar
com o nascer das manhãs
e com a policromia
do por-do-sol,
nos encontraremos
( silentes)
no bojo azul de alguma lua
amanhecida.
( Ernesto Penafort foi um dos maiores poetas amazonense da geração madrugada. Faleceu no vigor da idade e de sua produção literária. Era conhecido como o poeta do Azul.) Os seus livros mais conhecidos são: "Azul Geral" e "Do Verbo Azul".Boêmio, era uma espécie de Paulo Leminsky da Amazônia).
Todos os trabalhos postados neste blog são de autoria de Julio Rodrigues Correia e estão albergados pelos termos da Lei nº 9.610 de 19/02/1998 que regula o Direito Autoral no país.
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A tua "carpintaria poética" produziu mais uma peça artesanal rara, de beleza e valor inestimável, Julio. Trabalho de mestre. Belíssimos: poema e homenagem. Abraços!
ResponderExcluirNydia obrigado pelos comentários.Um abraço no Bono.
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