Hoje fui à casa onde adolesci. Fica no numero 60 da Rua João Alfredo no antigo Boulevard. Apertei a cigarra e a empregada veio abrir a porta. Entrei e um silêncio quase solene tomou conta do ambiente . Súbito o passado abraçou-me como um velho amigo . Fiz uma rápida viagem pelas ruas e avenidas da antiga residência. O silêncio encantou a casa. Esta em anos pretéritos era só alegria. Todos vivos. Meus irmãos, minha mãe, meu pai e os tios. A casa era um congresso de risos e de felicidade, mas quase todos foram embora, montaram em seus corcéis de brumas e partiram no rumo da Luz. Sobrou apenas três. Eu, Hélio e Áurea. Esta foi internada recentemente e casa agora está sendo comandada pela Renata, uma espécie de governanta que cuidava de minha irmã e agora ameniza as dores de meu sobrinho enfermo. Ela agora dar ás ordens aos fantasmas do passado que ainda estão, impregnados no ar da casa do silencio. Não me contive, meus olhos se inundaram de lagrimas. Diz o poeta que lagrimas são orvalhos da alma. Neste instante, ao olhar o quarto onde dormia e que era o recanto dos meus sonhos e fantasias, meu corpo inteiro orvalhou-se. Peguei Jude pelo braço e saímos da casa do silêncio.
Todos os trabalhos postados neste blog são de autoria de Julio Rodrigues Correia e estão albergados pelos termos da Lei nº 9.610 de 19/02/1998 que regula o Direito Autoral no país.
sexta-feira, 28 de junho de 2019
quarta-feira, 26 de junho de 2019
UM DIA
Um dia , quando este meu velho coração estiver fatigado das asperezas e das adversidades do mundo, como um veterano ator, sairei de cena e me refugiarei em algum lugar do tempo para ruminar minhas palpitações e os meus desencantos. E depois, quando atravessar a última fronteira do meu destino, montarei no meu cavalo de brumas e cavalgarei pelas pradarias do crepúsculo em busca das eternas manhãs.
segunda-feira, 24 de junho de 2019
OS PÁSSAROS DO CREPÚSCULO
Os pássaros do por do sol chegaram.
Chegaram tardiamente,
mas chegaram quando o sol desfalecia
nos braços do rio.
Trouxeram em suas asas de neon
chispas de sol para acalentar
a frieza do inverno das noites do tempo
e nos bicos de sonho
trouxeram os embriões da noite.
E foram logo habitando a varanda,
onde todos os dias e os espero,
descasaram suas asas e seus flautins
para um novo recomeço.
Amanhã eles retornarão as suas rotas aéreas,
cavalgando como pequenos corcéis alados
os ares do novo dia,
mas voltarão no fim da tarde.
Os pássaros do meu ocaso.
mas chegaram quando o sol desfalecia
nos braços do rio.
Trouxeram em suas asas de neon
chispas de sol para acalentar
a frieza do inverno das noites do tempo
e nos bicos de sonho
trouxeram os embriões da noite.
E foram logo habitando a varanda,
onde todos os dias e os espero,
descasaram suas asas e seus flautins
para um novo recomeço.
Amanhã eles retornarão as suas rotas aéreas,
cavalgando como pequenos corcéis alados
os ares do novo dia,
mas voltarão no fim da tarde.
Os pássaros do meu ocaso.
( depois de ler um poema de Nydia Bonetti)
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